quarta-feira, 5 de outubro de 2011

“La Plus Solitaire des Transats”

TRANSAT 6.50
La Rochelle (França) à Salvador da Baía (Brasil)

Finalmente… O Funchal!  -  Sébastien Rogues, o Vencedor


Vento Leste ajuda no andamento dos veleiros Transat
Quase duas semanas depois de ter largado de La Rochelle o velejador francês Sébastien Rogues cortou a linha de chegada no Funchal. Esta terça-feira pelas 13h00, visivelmente fatigado mas com grandes manifestações de alegria,  Sébastien a bordo do Eole Generation – GCF Suez, foi o primeiro participante a chegar depois de uma longa viagem sem vento. Recebido no Cais de Honra da Marina do Funchal pela Presidente do Clube Naval e muitos amigos foi altura para abrir a garrafa de champanhe e comemorar a vitória.

O velejador francês cumpriu a primeira etapa da Regata Internacional Transat 6.50 em 8 dias, 20 horas, 46 minutos e 43 segundos, com cerca de meia hora de vantagem sobre o segundo classificado: “Foi duro. Por isso é que soube tão bem ganhar esta primeira etapa. Foi uma viagem difícil e longa, mas o barco portou-se bem. Não esperava que fossem nove dias até chegar à Madeira”, confessou o profissional de 25 anos, recordando o momento mais difícil. “Apanhámos mau tempo, com ventos de 40 nós e muita chuva. Foi um inferno. Nessa altura só pensei: vou cuidar de mim e do barco, a corrida fica para amanhã.”

Não admira, portanto, a sua alegria quando avistou a Pérola do Atlântico. “Foi uma sensação extraordinária, depois de tanto tempo no mar ver erguer-se esta ilha que parece enorme. Agora vou tomar um duche, comer, beber e dormir. Aproveitar a vida.”

Na segunda posição com apenas uma diferença de 30 minutos cortou a linha David Raison que nas últimas milhas teve problemas na vela grande mas mesmo assim conseguiu manter a distância da frota. O terceiro lugar pertenceu ao alemão Jorg Riecher. Já mais a meio tarde foi a vez de chegarem ao Funchal os velejadores franceses David Étienne, Guillaume Le Brec e Étienne Bertrand.

De salientar que entre os seis primeiros pequenos veleiros que chegaram ao Funchal cinco são franceses e apenas um alemão. O resto da frota Transat deverá chegar ao Funchal ao longo da noite, estando os concorrentes que velejam na classe Serie ainda bastante atrasados. De qualquer forma o vento Leste que se faz sentir vai dar uma ajuda nos andamentos das embarcações que nesta primeira etapa nunca apanharam ventos superiores a nove nós.

O velejador espanhol Juan Carlos Olivia fez um desvio para Lisboa devido a várias avarias a bordo, numa tentativa de ainda chegar à Madeira a tempo de estar na linha de largada para a etapa que liga o Funchal à Baia no próximo dia 15.



VILLAGE ABRIU ONTEM AS PORTAS AO PÚBLICO
A Cerimónia de Abertura da Village na Marina do Funchal decorreu esta segunda-feira, perante a presença de várias entidades públicas e privadas, e também de muitos jornalistas.

Mafalda Freitas, Presidente do Clube Naval do Funchal, aproveitou para agradecer à comunicação social por todo o trabalho desenvolvido: “Organizar um evento deste calibre em tempos de crise só foi possível devido aos apoios da Câmara Municipal do Funchal, Turismo de Portugal, Turismo da Madeira e patrocinadores públicos e privados, que fizeram com que conseguíssemos baixar os custos”, não escondendo a satisfação de pela terceira edição consecutiva, receber a visita de 78 velejadores solitários, de 17 nacionalidades diferentes, e cerca de 20 jornalistas.

“Está tudo pronto para uma grande festa. Todos os velejadores serão recebidos ao som da música que eles próprios escolheram e, em terra, independentemente da hora, espera-os, para além dos familiares e membros da organização, uma refeição quente e um kit com produtos da Madeira” – concluí a dirigente.

Numa organização que se espera ser um sucesso, o Clube Naval do Funchal tem conta todos os pormenores para que nada falte aos intervenientes. Desde um secretariado de apoio aos velejadores, uma sala multimédia, espaço de massagens e de repouso, refeitório para a alimentação diária aos 35 membros da organização, sala de imprensa com acesso a textos, imagens e vídeos para os órgãos de comunicação social com entrevistas diárias, informação sobre a Madeira e uma série de iniciativas de ocupação da estadia, desde avistamento de golfinhos e baleias a passeios pelas levadas.

A animação vai ser palavra de ordem na Village, com várias iniciativas, entre elas, uma Feira de Artesanato, aberta nos dias úteis entre as 15 e as 20 horas, aos fins-de-semana/feriados entre as 10 e as 20 horas.

Pedro Calado, Vereador do Município do Funchal para o Desporto, não escondeu a sua satisfação: “Por aquilo que tivemos oportunidade de ver, pela qualidade organizativa, estamos todos de parabéns. Já tivemos a experiência de dois eventos, que foram brilhantes e marcaram todos os velejadores que por cá passaram. Desta feita penso que a resposta à candidatura do Naval à organização em 2013 e 2015 só poderá ser positiva”, apostou.

“Vamos fazer um estudo no final deste evento para sabermos de que números estamos a falar. Não me enganarei muito se disser que a Região triplica o investimento feito, porque teremos aqui, durante 13 dias, cerca de 400 pessoas que precisarão de comer, beber, sair para conhecer a Madeira” - considerando a Transat um investimento seguro.

Segundo o Vereador, é deste tipo de provas que a Madeira necessita. “Precisamos destas iniciativas para tirarmos proveito das infra-estruturas que construímos nestes últimos 30 anos e desse grande espaço desportivo que também é o nosso mar. Precisamos de estar atentos para não perdermos esta grande mais-valia para a Região que é a Transat”.

Bruno Freitas, Presidente do Conselho de Administração dos Portos da Madeira, felicitou toda a organização: “São eventos deste cariz e com esta envergadura que promovem a Madeira lá fora. As actividades náuticas são grandes oportunidades que temos de aproveitar para rentabilizar este nosso mar. Por isso, pode o Clube Naval do Funchal contar com o nosso apadrinhamento e carinho para as futuras edições.”

Já o Director da Prova, Denis Hugues, salientou o facto de, “devido às condições meteorológicas adversas”, nomeadamente a falta de vento, a regata ter-se tornado “um desafio ainda maior para os velejadores”. Afinal, há dois anos a frota levou 5 dias a chegar ao Funchal, registo que este ano passou para o dobro.

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