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Jogada
do Mês com Manuel Costa Oliveira - Presidente da F.P. Judo
No
momento em que faltam poucos dias, para uma Assembleia Geral da Federação
Portuguesa de Judo, com intuito de o afastar da presidência, o Eng.
Manuel Costa Oliveira (MCO) concedeu uma entrevista em exclusivo à
Jogada do Mês.
Faz
este mês de janeiro, um ano que o Eng. Manuel Costa Oliveira
apresentou a sua candidatura à presidência da FPJ, passados alguns
meses, a 6 de abril de 2013 tomava posse do cargo, após vencer as
eleições com margem mínima sobre o seu mais direto adversário
Jorge Fernandes.
O Eng. Costa Oliveira afirmou
na ocasião que gostaria de ver toda a família do judo unida no único
objetivo de ter “Um Judo Melhor” em Portugal.
JDM -
Com um cenário de oito meses a liderar a FPJ, surge no final do ano
esta situação que envolve a convocação de uma Assembleia Geral a
11 janeiro 2014 para destituir o Presidente. É lógico colocar-se a
seguinte questão, o que está a falhar?
MCO-
É uma boa pergunta. Na vida,
quer no associativismo desportivo, como na política ou noutra
qualquer área, após as eleições espera-se que quem perde vai
colaborar com os vencedores, isso é por vezes uma pura ilusão, as
pessoas estão muito convictas das suas opiniões, pensam que tinham
as melhores ideias. E aquilo que seria um momento de alguma
tranquilidade não o é. Penso que de alguma forma, se está a passar
por isso na vida da Federação Portuguesa de Judo.
JDM –
Mas quem venceu foi o Senhor Eng. Manuel Costa Oliveira, a
contestação surge por não está a cumprir o prometido?
MCO-
Sim venci, mas sabia que tinha
de fazer um grande trabalho no terreno, assim a primeira promessa de
campanha a cumprir foi visitar os nossos colegas das ilhas dos Açores
e da Madeira, no seguimento do que durante a campanha foi dito
começamos um trabalho com as associações do interior (exemplos
Vila Real de Trás-os-Montes e Bragança) no retomar ou fortalecer do
judo, num trabalho associativo que é preciso acarinhar.
JDM –
Estes apoios estavam comprometidos
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com a obtenção de resultados,
apareceram?
MCO-
Eu acho que tivemos resultados,
temos 22 associações, duas delas são de classe (treinadores e
árbitros), mais dezanove regionais, se olharmos com muito cuidado,
com muito detalhe, e eu olho, vemos que algumas estão a evoluir
particularmente bem, estamos divididos em zonas, tem aqui por exemplo
três casos desse trabalho, Braga, Viana do Castelo e Guarda, tem
aqui três exemplos mas podia dar outros.
JDM –
Perante a análise aqui feita do momento e da evolução do
trabalho realizado, pensava ao fim de estes oito meses da sua
presidência, ser confrontado com esta situação “menos
simpática”?
MOC-
Não, não esperava. Até posso
dizer que estou bastante magoado até com isso. Porque acho que nós
no judo, somos uma modalidade com princípios, apregoamos os nossos
princípios, a nossa ética, a nossa solidariedade, e não vejo isso
por parte de dois, três ou quatro agentes do sector.
JDM –
Qual na sua leitura do objetivo desses agentes?
MCO-
Creio que está a verificar-se
uma certa anciã pelo poder, se por acaso estes opositores
conseguissem a minha destituição, acho que isso seria péssimo para
o judo nacional, fui eleito de uma forma democrática e limpa, não
existe durante este período algum facto que valide uma qualquer
marca de gestão danosa ou dolo, antes pelo contrário sofremos
brutais cortes (mais de 260 mil euros) no nosso orçamento (mais de
260 mil euros), isto faz questionar toda a orçamentação para um
orçamente de uma federação dependente do apoio estatal, por isso o
que move esses agentes a pedir a minha destituição?
JDM –
Então o que está em causa não é a F.P. Judo mas sim o Eng. Costa
Oliveira? Os seus adversários de ontem nas eleições ainda não
aceitaram os resultados das eleições de abril de 2013?
MCO-
Sim, penso o que está em
causa, é o Eng. Costa Oliveira, claramente está em causa a minha
vitória eleitoral ainda muito fresca para alguns agentes que
pretendiam de uma forma desmedida alcançar o poder, serem eles o
presidente da federação, perderam as eleições e não estão a
conseguir lidar com isso. Estou convicto que a minha destituição
não passa, creio que os delegados estejam com o conhecimento
necessário e esclarecedor da situação atual da FPJ, com os dados
necessários para fazer um avaliação justa do que está em causa
neste momento de turbulência.
JDM-
Acredita então que existe inveja do sucesso, do caminhar para o
sucesso desses agentes do sector ?
MCO-
Acredito, Acredito
completamente. Acredito completamente, quando o que está em causa
não tem razão de ser.
JDM-
Perante algumas das acusações o que se vai passar na AG de dia 11
de janeiro, gostaria um comentário do Sr. Presidente a estes dois
aspetos, as acusações e o que pensa que vai acontecer.
MCO-
Em primeiro lugar, tenho a
certeza que sou um Presidente, e não sou um ditador, sou um
presidente que está aqui para governar, tentando conciliar. as
minhas ideias, dentro dos meus princípios. com o que vem de quem
manda, que são os delegados. Assim tenho de fazer um grande esforço,
por esclarecer os delegados, pois uns terão informação
privilegiada outros não. Posso acreditar que três, quatro delegados
não estejam de boa fé, mas a maioria quer estabilidade. Sobre as
criticas, como podem acusar de alguma questão financeira, quando
sofri um corte de 260 mil euros e apresento um prejuízo de cerca de
130 mil, as contas são publicas vamos ver como reage a assembleia.
Em segundo um dos pontos que não desisto é de alterar o paradigma de
sermos uma federação que vive 100% dependente da tutela, vou lutar
por alterar esse atual padrão de funcionamento, depois temos
associações que vivem no seu orçamento com 8% de apoio e outras
99%, não pode ser. Eu sou um homem do movimento associativo,
acredito que nas associações existe gente de boa vontade, a
situação agora criada limita-se a três ou quatro que tem a falada
ambição desmedida pelo poder que estão a causar esta turbulência.
Sobre as 22 “acusações” tenho preparada resposta adequada a
todas elas.
JDM -
Desejos e objetivos para 2014?
MCO-
Sem dúvida a vertente do judo que vamos apostar na formação da
educação, continuar este percurso par 2016, que tem de encontrar
substrato, tem de encontrar ambiente, e temos atletas que nos vão
surpreender em muito. Tenho muito a ambição dos resultados, mas não
esqueço todas as outras áreas do Judo, com a formação e educação
com um papel muito importante.
JDM –
Mensagem para a grande família do Judo?
MCO-
A mensagem que deixo, é uma mensagem de esperança, é uma mensagem
de tranquilidade e que esta turbulência que afeta a FPJ não é nada que não se
ultrapasse, que com espaço e tempo, se possa desenvolver a modalidade.
Texto:
Jorge Martins