quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

“POR UM JUDO MELHOR” ...Sou um Presidente...Não sou um ditador!

                                                                                                                       © 2013 JCMYRO / JCSERV
 Jogada do Mês com Manuel Costa Oliveira - Presidente da F.P. Judo


No momento em que faltam poucos dias, para uma Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Judo, com intuito de o afastar da presidência, o Eng. Manuel Costa Oliveira (MCO) concedeu uma entrevista em exclusivo à Jogada do Mês.

Faz este mês de janeiro, um ano que o Eng. Manuel Costa Oliveira apresentou a sua candidatura à presidência da FPJ, passados alguns meses, a 6 de abril de 2013 tomava posse do cargo, após vencer as eleições com margem mínima sobre o seu mais direto adversário Jorge Fernandes.
O Eng. Costa Oliveira afirmou na ocasião que gostaria de ver toda a família do judo unida no único objetivo de ter “Um Judo Melhor” em Portugal.


JDM - Com um cenário de oito meses a liderar a FPJ, surge no final do ano esta situação que envolve a convocação de uma Assembleia Geral a 11 janeiro 2014 para destituir o Presidente. É lógico colocar-se a seguinte questão, o que está a falhar?

MCO- É uma boa pergunta. Na vida, quer no associativismo desportivo, como na política ou noutra qualquer área, após as eleições espera-se que quem perde vai colaborar com os vencedores, isso é por vezes uma pura ilusão, as pessoas estão muito convictas das suas opiniões, pensam que tinham as melhores ideias. E aquilo que seria um momento de alguma tranquilidade não o é. Penso que de alguma forma, se está a passar por isso na vida da Federação Portuguesa de Judo.


JDM – Mas quem venceu foi o Senhor Eng. Manuel Costa Oliveira, a contestação surge por não está a cumprir o prometido?

MCO- Sim venci, mas sabia que tinha de fazer um grande trabalho no terreno, assim a primeira promessa de campanha a cumprir foi visitar os nossos colegas das ilhas dos Açores e da Madeira, no seguimento do que durante a campanha foi dito começamos um trabalho com as associações do interior (exemplos Vila Real de Trás-os-Montes e Bragança) no retomar ou fortalecer do judo, num trabalho associativo que é preciso acarinhar.


JDM – Estes apoios estavam comprometidos
© 2013 JCMYRO / JCSERV
com a obtenção de resultados, apareceram?

MCO- Eu acho que tivemos resultados, temos 22 associações, duas delas são de classe (treinadores e árbitros), mais dezanove regionais, se olharmos com muito cuidado, com muito detalhe, e eu olho, vemos que algumas estão a evoluir particularmente bem, estamos divididos em zonas, tem aqui por exemplo três casos desse trabalho, Braga, Viana do Castelo e Guarda, tem aqui três exemplos mas podia dar outros.


JDM – Perante a análise aqui feita do momento e da evolução do trabalho realizado, pensava ao fim de estes oito meses da sua presidência, ser confrontado com esta situação “menos simpática”?

MOC- Não, não esperava. Até posso dizer que estou bastante magoado até com isso. Porque acho que nós no judo, somos uma modalidade com princípios, apregoamos os nossos princípios, a nossa ética, a nossa solidariedade, e não vejo isso por parte de dois, três ou quatro agentes do sector.


JDM – Qual na sua leitura do objetivo desses agentes?

MCO- Creio que está a verificar-se uma certa anciã pelo poder, se por acaso estes opositores conseguissem a minha destituição, acho que isso seria péssimo para o judo nacional, fui eleito de uma forma democrática e limpa, não existe durante este período algum facto que valide uma qualquer marca de gestão danosa ou dolo, antes pelo contrário sofremos brutais cortes (mais de 260 mil euros) no nosso orçamento (mais de 260 mil euros), isto faz questionar toda a orçamentação para um orçamente de uma federação dependente do apoio estatal, por isso o que move esses agentes a pedir a minha destituição?


JDM – Então o que está em causa não é a F.P. Judo mas sim o Eng. Costa Oliveira? Os seus adversários de ontem nas eleições ainda não aceitaram os resultados das eleições de abril de 2013?

MCO- Sim, penso o que está em causa, é o Eng. Costa Oliveira, claramente está em causa a minha vitória eleitoral ainda muito fresca para alguns agentes que pretendiam de uma forma desmedida alcançar o poder, serem eles o presidente da federação, perderam as eleições e não estão a conseguir lidar com isso. Estou convicto que a minha destituição não passa, creio que os delegados estejam com o conhecimento necessário e esclarecedor da situação atual da FPJ, com os dados necessários para fazer um avaliação justa do que está em causa neste momento de turbulência.


JDM- Acredita então que existe inveja do sucesso, do caminhar para o sucesso desses agentes do sector ? 
 
MCO- Acredito, Acredito completamente. Acredito completamente, quando o que está em causa não tem razão de ser.


JDM- Perante algumas das acusações o que se vai passar na AG de dia 11 de janeiro, gostaria um comentário do Sr. Presidente a estes dois aspetos, as acusações e o que pensa que vai acontecer.

MCO- Em primeiro lugar, tenho a certeza que sou um Presidente, e não sou um ditador, sou um presidente que está aqui para governar, tentando conciliar. as minhas ideias, dentro dos meus princípios. com o que vem de quem manda, que são os delegados. Assim tenho de fazer um grande esforço, por esclarecer os delegados, pois uns terão informação privilegiada outros não. Posso acreditar que três, quatro delegados não estejam de boa fé, mas a maioria quer estabilidade. Sobre as criticas, como podem acusar de alguma questão financeira, quando sofri um corte de 260 mil euros e apresento um prejuízo de cerca de 130 mil, as contas são publicas vamos ver como reage a assembleia. Em segundo um dos pontos que não desisto é de alterar o paradigma de sermos uma federação que vive 100% dependente da tutela, vou lutar por alterar esse atual padrão de funcionamento, depois temos associações que vivem no seu orçamento com 8% de apoio e outras 99%, não pode ser. Eu sou um homem do movimento associativo, acredito que nas associações existe gente de boa vontade, a situação agora criada limita-se a três ou quatro que tem a falada ambição desmedida pelo poder que estão a causar esta turbulência. Sobre as 22 “acusações” tenho preparada resposta adequada a todas elas.


JDM - Desejos e objetivos para 2014?

MCO- Sem dúvida a vertente do judo que vamos apostar na formação da educação, continuar este percurso par 2016, que tem de encontrar substrato, tem de encontrar ambiente, e temos atletas que nos vão surpreender em muito. Tenho muito a ambição dos resultados, mas não esqueço todas as outras áreas do Judo, com a formação e educação com um papel muito importante.


JDM – Mensagem para a grande família do Judo? 
 
MCO- A mensagem que deixo, é uma mensagem de esperança, é uma mensagem de tranquilidade e que esta turbulência que afeta a FPJ não é nada que não se ultrapasse, que com espaço e tempo, se possa desenvolver a modalidade.

Texto:
Jorge Martins

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